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Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios
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Item Estratégias para o manejo do teiú (Salvator Merianae), um lagarto invasor no Arquipélago de Fernando de Noronha, PE, Brasil.(Biblioteca digital USP, 2019-03-03) Abrahão, Carlos Roberto; Dias, Ricardo Augusto; Universidade de São Paulo; Dias, Ricardo Augusto; Heinemann, Marcos Bryan; Rocha, Carlos Frederico Duarte da; Sampaio, Alexandre Bonesso; Silva, Jean Carlos Ramos daFernando de Noronha é um arquipélago oceânico localizado a 345 km da costa brasileira, habitado desde o século XVII. Sua economia é baseada no turismo, que tem apresentado rápido crescimento nas últimas décadas. Este ecossistema único é reconhecido como Patrimônio Mundial pela Unesco e é um sítio Ramsar. Toda sua extensão terrestre e grande parte da área marinha ao seu redor é protegida por duas unidades de conservação federais, sob tutela do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Existem pelo menos 15 espécies de plantas e animais nativos oficialmente ameaçadas de extinção, algumas destas endêmicas do arquipélago. Dentre as 22 espécies de animais e plantas invasoras conhecidas em Fernando de Noronha, o teiú (Salvator merianae) constitui um grande risco à fauna nativa por ser um predador oportunista de grande porte. O potencial impacto do teiú é reconhecido e seu manejo é previsto pelas unidades de conservação do arquipélago. O teiú se encontra presente em altas densidades na ilha principal tendo sido também registrados indícios de sua presença ao menos na Ilha Rata. A densidade de teiús encontrada em Fernando de Noronha foi de 13,8±3,9 animais por hectare em uma área não habitada e com vegetação relativamente preservada e de 4,0±1,1 animais por hectare numa área pouco habitada. O número estimado de indivíduos atualmente vivendo na ilha principal variou entre 6.906 a 12.270 indivíduos adultos. A área de vida estimada foi de 10,5 (7,3- 15,3) ha para ambos os sexos. A probabilidade de captura foi de 0,24±0,06 animais/armadilha/dia na área, com 4 animais/ha, sendo influenciada pelo tamanho dos indivíduos. O teiú também constitui um potencial risco à saúde pública do arquipélago, por serem portadores da bactéria Salmonella entérica, isoladas em 56,9% dos animais capturados e em 70,5% dos pontos amostrados. Ao menos 15 sorotipos foram determinados por métodos moleculares para esta população. Para propor formas de manejar esta espécie em Fernando de Noronha, foram criados modelos de viabilidade populacional com diferentes cenários de manejo por 10 anos. Nos cenários sem manejo, a população de teiús não se extingue ao longo de 30 anos. O aumento das probabilidades de extinção é proporcional ao aumento da intensidade de manejo, tanto nos cenários que consideram a população de toda a ilha principal (A) quanto nos cenários que consideram parte desta população numa área de 214 ha (B). A remoção anual de 20% dos indivíduos adultos seria suficiente para gerar cenários de extinção da população. Com a remoção anual de 50% dos indivíduos adultos, a probabilidade de extinção seria de 54% e a média do tempo para a extinção estaria entre 5,2 e 5,4 anos de manejo, demonstrando que o controle desta espécie é possível em Fernando de Noronha, se os métodos de captura e esforço forem 16 adequados. O manejo em uma pequena área (C) de 2,14 ha poderia ser feito em apenas 13 dias utilizando-se 10 armadilhas. Na área B (que inclui a área C), o manejo de maior intensidade poderia ser realizado em 44 dias por ano, durante quatro anos, utilizando 258 armadilhas. As recomendações incluem o aumento gradativo da área manejada, o uso de manejo adaptativo, o envolvimento da sociedade e o sinergismo com outros esforços de manejo de espécies invasoras na área ambiental e de saúde pública. Este estudo fornece a base científica para um programa de manejo com objetivo de conservar a biodiversidade e de melhorar a saúde pública em Fernando de Noronha.Item Manejo e monitoramento de impactos sobre o ecossistema em áreas protegidas de Cerrado: estrutura da vegetação, gramíneas exóticas incêndios.(DSPACE, 2019-07-05) Batista, Flávia Regina De Queiroz; Júnior, Laerte Guimarães Ferreira; Neto, Mario Barroso Ramos; Universidade Federal de Goiás; Laerte, Guimarães Ferreira; Faria, Karla Maria Silva de; Ferreira, Nilson Clementino; Bueno, Guilherme Taitson; Cianciaruso, Marcus ViniciusO Cerrado é a mais rica, talvez a mais ameaçada savana do mundo, e apenas 3% de sua área está protegida por lei. Estas são áreas extremamente valiosas e estratégicas para a conservação do Cerrado, mas sofrem inúmeras pressões externas e internas. Entre as principais preocupações de manejo para as Unidades de Conservação (UC) do Cerrado estão os incêndios e a invasão biológica. Este trabalho investiga como a interferência do manejo e a dinâmica do fogo e da invasão de gramíneas exóticas alteram as fitofisionomias de cerrado, e se divide em capítulos que investigam respectivamente: 1) as dificuldades em se produzir um mapeamento de acurácia suficiente para subsidiar estudos de dinâmica da estrutura da vegetação; 2) a eficácia do atual sistema de manejo do fogo e os desafios da gestão integrada de fogo nas duas últimas décadas; 3) a invasão por gramíneas exóticas e sua relação com a topografia do terreno, trilhas e estradas dentro e no entorno da área de estudo. Foram utilizadas imagens Landsat 8, de um período de 5 anos a partir de 2013, e calculadas, para 5 diferentes intervalos de tempo – mensais, inter mensais, anuais, interanuais, quinquenais - conjuntos de métricas baseadas em 18 índices derivados de valores de refletância das bandas destas imagens além dos próprios valores de refletância das bandas, dados amostrados em campo e classificação semiautomática para o mapeamento das classes de vegetação do Parque Nacional das Emas (PNE). A partir de um modelo replicável foi possível elaborar um mapa com 89% de acurácia e nove classes de fitofisionomias diminuindo os custos e a subjetividade do trabalho manual de coleta de dados e correções a posteriori. Utilizando métricas elaboradas à partir de um modelo digital de elevação e dados de presença e ausência de Urochloa sp em trilhas internas e ao longo das bordas da UC. Foram testados quatro modelos utilizando parâmetros morfométricos, distâncias à trilhas e estradas em contraste com a presença ou ausência da espécie. Os resultados apontam para a importância das perturbações antrópicas, topografia do terreno, e indicam que a força da água em seu escoamento superficial é bastante relevante no estabelecimento da espécie em novas áreas. Para entender o comportamento espacial e temporal do fogo no Parque Nacional das Emas (PNE) foi analisada a frequência de queimadas para as diferentes fitofisionomias, a correlação entre o número de focos de calor e a extensão das cicatrizes e a influência das variáveis ambientais (temperatura superficial do solo, precipitação e acúmulo de biomassa). Foram analisadas as cicatrizes de áreas queimadas, focos de calor, variáveis climáticas – precipitação pluviométrica e temperatura da superfície terrestre (°C) – superfície de biomassa seca e biomassa acumulada para áreas queimadas e não queimadas. O pico anual de focos de calor apontou com grande acurácia a ocorrência de queimadas na área do PNE, o número 12 de focos se mostrou um bom indicador de ocorrência e tamanho das cicatrizes, a extensão de área com biomassa seca em níveis ‘muito alto’ e ‘crítico’ é um indicador de risco de grandes incêndios e um razoável preditor de áreas que sirvam como bloqueio à propagação de incêndios. O atual plano de manejo de fogo através de aceiros e queima natural durante a estação seca trouxe avanços para a prevenção de incêndios, mas é necessário considerar o uso de queimadas controladas prescritas.