Espécies Exóticas e Alóctones da Bacia do Rio Paraíba do Sul:
Data
2017-07-26
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Biodiversidade Brasileira - BioBrasil
Resumo
A introdução de espécies, seja intencional ou acidental, é uma das principais causas das
alterações na distribuição natural dos organismos, acarretando sérios declínios populacionais de espécies
nativas. Peixes exóticos começaram a ser introduzidos no Brasil a partir de 1940, com o objetivo de
desenvolver a aquicultura no país. Ocorreram também translocações de espécies de uma bacia hidrográfica a
outra, sobretudo de peixes da bacia Amazônica para outras regiões brasileiras. Um dos efeitos negativos das
introduções está relacionado ao patrimônio genético de populações selvagens, com a possibilidade de haver
hibridações que diminuem a variabilidade genética natural. Isso pode acarretar na incidência de híbridos
férteis, ameaçando, assim, o estoque parental a médio ou longo prazos. Outros efeitos ecológicos negativos
são a introdução potencial de patógenos, a alteração estrutural das teias tróficas e a possível depleção de
populações nativas por competição ou predação. Tendo em vista a importância desse assunto e seus efeitos
no ambiente aquático continental, é apresentada uma lista de espécies aquáticas exóticas e alóctones da
bacia do rio Paraíba do Sul, localizada na região Sudeste do Brasil. Foram registradas 62 espécies de peixes,
com predominância das ordens Cypriniformes, Characiformes e Cichliformes; três espécies de moluscos
bivalves e três espécies de crustáceos decápodes. Muitas das espécies exóticas e alóctones de peixes são
criadas em tanques de pisciculturas na região, sendo introduzidas em rios da bacia por eventuais escapes
ou por soltura deliberada, devido ao grande interesse pela pesca esportiva e amadora. Outras são híbridas
de espécies exóticas e nativas, como o tambacu (Colossoma macropomum x Piaractus mesopotamicus) e
a pintachara (Pseudoplatystoma corruscans x P. fasciatum). Outras introduções são oriundas de atividades
relacionadas à aquariofilia, com o registro de populações de peixes e moluscos já estabelecidas na bacia,
e do lagostim Procambarus clarkii. Moluscos bivalves foram introduzidos por água de lastro de navios. O
camarão-gigante-da-Malásia, Macrobrachium rosenbergii, foi introduzido para criação a partir da década
de 1980 e também tem sido registrado ocasionalmente na bacia. Além desta, uma espécie alóctone de
camarão, M. jelskii, é registrada no Paraíba do Sul. O dourado Salminus brasiliensis, por sua vez, ocorre
em todas as porções da bacia e tem populações estabelecidas de longa data. Existem poucos programas de
controle de espécies invasoras em águas brasileiras, sendo uma alternativa o incentivo à pesca direcionada
às espécies introduzidas, apesar de não haver garantias de que a integridade biótica do ambiente seja restabelecida após a erradicação do invasor. Para espécies não-nativas oriundas da aquariofilia e da pesca
esportiva, há sugestões recentes para prevenir/reduzir a invasão. O monitoramento da fauna aquática nãonativa é reconhecido como de extrema importância para prever a dispersão e tentar evitá-la.