ESTUDO DA DINÂMICA DAS ÁGUAS DO CANAL DA BARRA BARRA DA LAGOA – FLORIANÓPOLIS, SC.
Data
2004
Autores
Orientador(es)
Filho, J. B.
Coorientador(es)
Membro(s) da banca
Fonte
Tipo
Página inicial
7
Página final
144
DOI
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Resumo
I. Resumo
O Canal da Barra da Lagoa é um canal natural (inlet) e única ligação da Lagoa da
Conceição com o oceano adjacente. De formato meândrico e com cerca de 2,8km de
extensão, teve ao longo das ultimas décadas sua morfologia alterada através de sucessivas
dragagens, com aterramento de parte dos antigos meandros, proteções de leito através de
enrocamentos e a construção de um molhe em sua desembocadura marinha, na praia da
Barra da Lagoa. Essa alteração na morfologia modificou seu padrão de comportamento, que
é estudado mais profundamente nesta pesquisa através da análise de alguns parâmetros
físico-químicos da coluna d’água, juntamente com dados hidrodinâmicos e atmosféricos,
em coletas escalonadas em três níveis de amostragem temporal diferentes: campanhas
mensais, campanhas diárias e estações fixas com amostragem horária. A análise dos dados
coletados entre 1997 e 2002 demonstrou que a o canal apresenta águas verticalmente
homogêneas na maioria das condições, predominantemente euhalinas para as condições de
enchente e polihalinas para as de vazante. Breves períodos de estratificação puderam ser
identificados somente durante as estofas de maré, nas quais ocorre a inversão da corrente,
principalmente na proximidade da entrada de água doce proveniente do morro da Fortaleza
da Barra. Além disso, a temperatura das águas foi maior durante o verão (mais quentes na
vazante) do que no inverno, essas últimas com pequena variação entre vazante e enchente.
Pôde-se ainda identificar um padrão de transporte de material particulado em suspensão no
sentido do interior do sistema lagunar, além de ter sido observado um comportamento
acíclico das correntes do canal, que em alguns momentos apresentaram quase 24 horas
seguidas fluindo para o mesmo sentido. Esses padrões, associados ao comportamento local
da maré astronômica, que possui pequena amplitude na costa catarinense, sugerem a forte
influência da maré meteorológica no comportamento deste corpo d’água. Com base na
investigação realizada, pôde-se classificar o canal como um estuário positivo a neutro,
variando de verticalmente homogêneo a parcialmente misturado, com características
hiposíncronas, e com processos predominantemente advectivos de transporte de sal.