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Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios

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    Vulnerabilidade dos ninhos de três espécies do gênero Podocnemis (Testudines, Podocnemididae) às mudanças climáticas em áreas protegidas da Amazônia
    (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, 2015-01) Alvarenga, Carla Camilo Eisemberg de; Balestra, Rafael A. M.; Vogt, Richard C.
    Apesar de ser um problema irrefutável, pouco se sabe sobre os possíveis efeitos das mudanças climáticas nas populações de quelônios da Amazônia. Estudos sobre os locais preferenciais de desovas dos quelônios do gênero Podocnemis na Amazônia proporcionam informações essenciais para o sucesso dos programas de proteção e manejo desses animais. A importância de tais estudos se torna ainda maior dentro das áreas protegidas, onde estratégias para a conservação das espécies ameaçadas são praticadas anualmente. Este estudo pode ser dividido em duas etapas. Primeiro examinou-se o grau de vulnerabilidade de três espécies do gênero Podocnemis às influências da la niña e el niño e mudanças climáticas em áreas contempladas pelo Projeto Quelônios da Amazônia (PQA). Na segunda etapa, as principais praias/sítios de desova na Reserva Biológica (Rebio) do Rio Trombetas foram mapeadas após o período de desova de 2014, e os locais preferenciais de desova de Podocnemis expansa (tartaruga-da-amazônia) foram identificados e examinados para se detectar seu nível de vulnerabilidade às inundações em diferentes cenários de subida (oscilação) dos rios. Não encontramos diferenças significativas em relação à média de ninhos e filhotes produzidos e no sucesso de eclosão para as três espécies analisadas, P. expasa, P. unifilis e P. sextuberculata, com relação aos anos com diferentes efeitos do ENSO (El Niño/Southern Oscillation). Geograficamente é possível observar um efeito positivo da la niña e el niño no sucesso de eclosão de P. expansa nos projetos do PQA situados nas regiões Oeste e Nordeste da Bacia Amazônica respectivamente. O mesmo efeito encontrado em P. expansa foi observado para o sucesso de eclosão de P. sextuberculata. No caso de P. unifilis, anos de el niño apresentaram um maior sucesso de eclosão nos projetos situados na região oeste, enquanto em anos de la niña o sucesso de eclosão foi maior em projetos situados na região nordeste. Este resultado é esperado, pois os efeitos do ciclo do ENSO não são homogêneos em toda a Bacia Amazônica. As tendências relacionadas ao sucesso de eclosão para as áreas contempladas pelo PQA nos últimos 30 anos variaram dependendo da espécie e localidade. Observamos um aumento no sucesso de eclosão de P. expansa em áreas situadas a oeste da bacia, enquanto áreas do nordeste permaneceram estáveis. Não foi possível observar um padrão na tendência do sucesso de eclosão em áreas situadas a sul. Do mesmo modo não foi possível observar tendências geográficas para o sucesso de eclosão de P. unifilis e P. sextuberculata. Fatores não climáticos, como a influência da caça e de diferentes planos de manejo em cada uma das regiões contempladas pelo PQA, também devem ser levados em consideração. A interação humana nos programas de conservação de quelônios provavelmente exerce uma grande influência na produção de ninhos, no sucesso de eclosão e, consequentemente, na quantidade de dessas espécies. Na Rebio Trombetas a área das três principais praias de desova foi de 0,774, 0,498 e 0,136 km2 para as praias do Jacaré, Farias e Leonardo respectivamente, durante o período de 27 de Novembro e 7 de Dezembro de 2014. O período amostrado pode ser considerado o pico da estação seca, quando as águas do Rio Trombetas estão próximas do seu nível mais baixo. Fêmeas de P. expansa desovaram em áreas significantemente mais altas na praia do Jacaré. Na Praia do Farias não houve diferença significativa entre os pontos amostrados e áreas de desova. Entretanto, houve uma diferença significativa entre as alturas dos ninhos em ambas as praias. Isto se deve provavelmente ao fato da praia do Jacaré ser significantemente mais alta que a praia do Farias. Além 2 de mais altas, as áreas de desova na praia do Jacaré se tornaram disponíveis mais cedo. Em relação ao modelo de inundação, uma mortalidade 50% dos ninhos ocorreria na Praia do Farias quando há uma subida de 100 cm, enquanto uma subida de 200 cm provocaria a mortalidade de 100% dos ninhos. Na Praia do Jacaré há uma mortalidade de 50% quando há uma subida de 200 cm. Entretanto, não houve uma mortalidade de 100% em nenhum dos cenários analisados na praia do Jacaré. Desde o início da década de 80 a praia do Jacaré passou a ser o local mais utilizado para desova de P. expansa. Em 2014, esta praia apresentou a maior área (km2 ) os pontos mais altos e as desovas mais altas em relação ao nível do rio. Ninhos desovados nas partes mais altas da Praia do Jacaré seriam capazes de resistir a uma subida repentina do rio de pelo menos dois metros. Estas características provavelmente fazem desta praia a mais propícia para a desova de P. expansa. Os resultados obtidos e a metodologia criada a partir deste estudo poderão auxiliar na formulação de planos de manejo das desovas e na prevenção de futuros problemas relacionados às mudanças climáticas.
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    Roteiro para Inventários e Monitoramentos de Quelônios Continentais
    (Biodiversidade Brasileira, 2016) Balestra, Rafael Antônio Machado et al.
    Em razão da falta de material específico de consulta que consolide as principais referências científicas e o acúmulo do conhecimento técnico sobre as metodologias de amostragem, coleta e análise de dados relativos aos quelônios continentais brasileiros, materializou-se este trabalho, há muito almejado pela sociedade interessada no assunto. Houve um grande esforço para compatibilizar metodologicamente as particularidades das espécies e ambientes em áreas com lacunas de amostragem, cujos parâmetros se adequam prioritariamente aos inventários e, em áreas com ocorrência conhecida de espécie(s) alvo de estudos de maior duração, aos monitoramentos populacionais. Sendo assim, essencialmente, este guia metodológico ou manual técnico inédito se constitui em roteiros de procedimentos fundamentados pela consolidação do estado da arte do conhecimento técnico-científico e pelas perspectivas, harmonizadas, dos principais grupos de pesquisa e entidades conservacionistas que atuam com esses animais. Essa iniciativa é oportuna, pois favorecerá a tão esperada padronização instrumental e analítica, segundo orientações validadas pelas experiências práticas dos autores, a serem adotados de forma consonante por diversas instituições ou grupos de pesquisa. Em consequência, poder-se-á integrar diferentes bancos de dados, compilar informações de séries históricas de dados de projetos correlatos, e assim, desenvolver análises comparativas das variáveis decorrentes dos componentes de pesquisa e conservação realizados de forma sistematizada por espécie, família, região, bioma etc., por meio de diferentes fontes de informação. E ainda, esta publicação tem o propósito de estimular a realização de estudos de caracterização do estado de conservação do grupo animal foco, especialmente em áreas protegidas, por meio da promoção de pesquisas básicas relativas à dinâmica de suas populações.
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    Perfil do Ecoturismo no Rio Araguaia:
    (Biodiversidade Brasileira, 2022) Parrião, Fernanda Geórgia et al.
    O rio Araguaia nasce na Serra dos Caiapós, entre os estados de Mato Grosso e Goiás, inserido no bioma Cerrado. Na época de estiagem, suas praias são bastante procuradas para acampar. Neste estudo foram avaliados os dados do projeto “Ordenamento do Turismo e Ecoturismo no Rio Araguaia” implementado pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios na região do médio rio Araguaia, compreendendo a Área de Proteção Ambiental Meandros do Rio Araguaia, Reserva Extrativista Lago do Cedro e Parque Nacional do Araguaia. Foram desenvolvidas as seguintes etapas: 1) levantamento dos dados obtidos a partir da aplicação de questionários aos turistas sobre as formas de uso de praias e dos ambientes circundantes; 2) desenvolvimento de um banco de dados; e 3) sistematização, análises e proposições. São apresentados neste artigo os resultados da avaliação dos 11 primeiros anos de execução do projeto, contemplando 1.913 questionários aplicados, relativos ao comportamento ambiental de campistas em praias do rio Araguaia, de um total de 4.697 acampamentos monitorados entre os anos de 2003 e 2012. Observou-se que os responsáveis pelos acampamentos, em sua maioria, são procedentes do estado de Goiás (89,70%), coadunando com o hábito goiano de acampar no Araguaia. De 1.746 (91,27%) questionários que contêm informações sobre o destino do lixo, verificou-se que 61,74% dos acampamentos optaram por atitudes positivas, como deixar o lixo na cidade mais próxima, enterrar às margens do rio somente o lixo orgânico, ou deixar para a prefeitura ou associação de barqueiros coletar. De 1.696 (88,66%) questionários que contêm informações sobre o material usado na estrutura dos acampamentos, observou-se que o uso da madeira nativa ocorreu de forma pouco expressiva (5,60%), sendo que a utilização de materiais adequados atingiu 81,66%. Este estudo indica que o projeto avaliado resultou em melhoria na relação da atividade turística e conservação dos recursos naturais do médio Araguaia, devendo suas ações e atividades serem incentivadas, continuadas e aprimoradas.
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    Relatório Técnico sobre as Atividades Desenvolvidas na Reserva Extrativista do Lago do Cuniã e Estação Ecológica de Cuniã, Porto Velho, Rondônia
    (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios, 2010-03) Mendonça, Sônia Helena Santesso Teixeira de
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    Eventos climáticos extremos relacionados ao ENSO e o sucesso reprodutivo da tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa) na Reserva Biológica do Rio Trombetas
    (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, 2016-05) Eisemberg, Carla C. et al.
    Este relatório tem como objetivo esclarecer os fatores envolvidos na grande mortalidade de ovos de Podocnemis expansa na REBIO-Trombetas durante estação reprodutiva de 2015. Neste período, foi registrado um dos El niños mais extremos da história. Ninhos na praia do Jacaré em 2015 foram desovados em um local 1,17 m mais alto do que a média dos ninhos de 2014 (Tabela 1). Esta diferença de altura está provavelmente ligada à um sucesso de eclosão 48,41 % menor em 2015. O sucesso de eclosão é menor em estações reprodutivas cujo nível do rio cai de forma mais pronunciada no início da estação reprodutiva, pois o nível mínimo no mês de Outubro explica 90% da variação no sucesso de eclosão. Neste caso, as fêmeas da REBIO-Trombetas desovaram em locais mais altos do que o de costume no ano em que houve uma decida prematura das águas do rio. Este resultado é inesperado pois o contrário normalmente é observado. Fêmeas normalmente desovam em locais mais altos em anos quando há um atraso na decida do nível da água. Este fenômeno possivelmente exacerbou ainda mais o estresse térmico e hídrico nos ninhos devido às alta temperatura e baixa humidade provocada pelo El Niño de 2015. Períodos de El Niño extremos apresentarem as menores mínimas anuais de altura do rio, além do nível do rio tender à baixar mais precocemente. Em períodos de La Niña, o rio tende a descer mais tardiamente, o que também pode afetar a escolha do local de desova pelas fêmeas e diminuir o período de disponibilidade das praias para a desova (período no qual as praias não se encontram submersas). Entretanto, é preciso destacar que os resultados encontrados para a relação entre o sucesso de eclosão na REBIO-Trombetas e eventos extremos não pode ser generalizado para toda Bacia Amazônica.