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Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas
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Item PAPEL DOS PEQUENOS MAMÍFEROS NÃO-VOADORES NA DISPERSÃO DE SEMENTES EM CANGA(2024-08-23) GODOI, MARIA FERNANDA REGIOLLI; Silveira, Fernando Augusto de Oliveira e; Paglia, Adriano PereiraA dispersão de sementes mediada por animais desempenha um papel crucial na promoção da regeneração natural em áreas degradadas, permitindo a chegada de sementes ao solo, estabelecendo bancos de sementes, conectando fragmentos e facilitando a recolonização de espécies nativas a um custo e tempo de manutenção menores. A dispersão de sementes por pequenos mamíferos não-voadores (PMNV) é realizada principalmente por marsupiais e roedores. Entretanto, em ambientes de topo de montanha, como os campos rupestres ferruginosos (canga), a endozoocoria por mamíferos é pouco conhecida. O estudo teve como objetivo investigar componentes da efetividade de dispersão de sementes (EDS) por PMNV e seu papel na regeneração de ecossistemas de canga degradados pelo impacto da mineração. Realizamos levantamentos de mamíferos em área de canga degradada (ACD) e preservada (ACP) no Parque Nacional Serra do Gandarela, Minas Gerais, Brasil, coletamos suas fezes, conduzimos experimentos de germinação e instalamos estações de remoção de diásporos para avaliar como a exclusão de vertebrados afeta a remoção de sementes. Registramos 13 espécies de mamíferos silvestres (ACD = 10, ACP = 10), sendo sete espécies de médio e grande porte (ACD = 4, ACP = 7), seis de PMNV (ACD = 6, ACP = 3), e três espécies domésticas invasoras de ambiente natural. Das 61 amostras fecais coletadas para PMNV, apenas três continham sementes de uma única espécie vegetal (Miconia oligochaeta). O índice de germinabilidade para a semente passada pelo trato digestório de Calomys tener foi de 0%, enquanto para Monodelphis domestica foi de 3,6% e para o tratamento controle 11,2%. Não houve diferença estatística significativa entre o tempo para a primeira germinação e o tempo médio de germinação para as sementes passadas pelo trato digestório de M. domestica e controle. Para o experimento de remoção de diásporos, não houve diferença entre o tratamento de acesso a vertebrados e de exclusão de vertebrados nos diferentes ambientes (degradado e preservado) ou estação (chuvosa e seca). Embora os PMNV desempenhem diversas funções no ecossistema, eles não foram dispersores eficientes de sementes nos ecossistemas de canga quanto ao aspecto qualitativo do EDS. No entanto, é necessário ampliar as amostragens, incluindo réplicas de áreas degradadas e preservadas, para melhorar os esforços de conservação e restauração.Item CARSTE EM ROCHAS SILICICLÁSTICAS NA CHAPADA DIAMANTINA: GEOESPELEOLOGIA DA GRUTA DO CANAL DA FUMAÇA, VILA DE IGATU, ANDARAÍ (BA)(2024) PARRA, RAPHAEL; Pereira, Ricardo Galeno Fraga de Araújo; Maia, Rubson Pinheiro; Pontes, Henrique SimãoA formação de relevos cársticos em rochas siliciclásticas é fato já reconhecido e estudado pela ciência nas últimas décadas. Neste sentido, a região da Chapada Diamantina, no centro do Estado da Bahia, que é notória pela presença de amplos sistemas de cavernas instalados em rochas carbonáticas, atualmente vem ganhando visibilidade também para terrenos cársticos siliciclásticos, sobretudo na Serra do Sincorá. Esta unidade de relevo montanhoso, que alcança 1.700 m, é sustentada pelos metarenitos e metaconglomerados da Formação Tombador (Grupo Chapada Diamantina, Supergrupo Espinhaço), de idade Mesoproterozoica. Nela, destacam-se a Gruta do Lapão, no município de Lençóis, com 1,6 km de desenvolvimento e a Gruta do Castelo, no Vale do Pati, município de Mucugê, com 383 m de desenvolvimento. Ambas são pontos de visitação turística dentro do Parque Nacional da Chapada Diamantina e, por isso, têm maior visibilidade no meio acadêmico e para o público em geral. Por sua vez, a Vila de Igatu, no município de Andaraí, abriga valiosos sistemas cársticos, com complexas redes de condutos subterrâneos e relevo ruiniforme, ainda pouco estudados e compreendidos. Na área da Bacia Hidrográfica do Rio Coisa Boa, um dos afluentes do Rio Paraguaçu, são reconhecidas 12 cavernas, algumas das quais já reconhecidas em trabalhos anteriores e cadastradas em bancos de dados espeleológicos. Nesse trabalho, foi realizada a caracterização de um dos sistemas cársticos, a Gruta do Canal da Fumaça, através da cartografia espeleológica, análises estruturais por sensoriamento remoto e em campo, descrições de amostras de rocha através de microscópio óptico e eletrônico de varredura, além da determinação da composição química (FRX) e mineralógica (DRX). Observou-se que estruturas NNE-SSW, NNW-SSE e ENE-WSE, associadas à deformação transpressiva sinistral que estruturou a Serra do Sincorá, exerce importante influencia na abertura dos condutos e na formação do relevo ruiniforme, atuando como frentes preferenciais de intemperismo. A avaliação petrográfica sugere que o ataque químico se dá, principalmente, sobre os filossilicatos (pirofilita e caulinita) que compõem a matriz dos metarenitos da área, sendo mais solúveis em pH ácido. Secundariamente, os grãos de quartzo também são afetados. Esse processo, denominado fantomização, reduz a coesão entre os grãos e, então, os processos de piping os removem mecanicamente. Por outro lado, identificou-se também um profundo impacto da atividade de garimpo de diamante, desenvolvida nos séculos XIX e XX. Modificações como escavações e detonações de condutos, construções de muros e pilares, alteraram significativamente o interior da caverna, colaborando, inclusive, para aumentar suas dimensões de extensão e volume. Tendo isso em vista, foi proposto um modelo de evolução para a Gruta do Canal da Fumaça, considerando os processos geológicos cársticos e também as alterações antrópicas.Item CARACTERIZAÇÃO DAS MORFOLOGIAS CÁRSTICAS DO METACALCÁRIO DO VALE DO SÃO ROMÃO, CEARÁ-BRASIL(2023) ARAÚJO, CARLOS RENIR SOARES DEEste trabalho efetua uma caracterização da morfologia cárstica presente na região do Vale do São Romão, entre os municípios de Altaneira e Farias Brito, estado do Ceará. A região se encontra inserida no contexto geológico e tectônico da porção setentrional da Província da Borborema, Domínio Rio Grande do Norte. Trata-se de uma região de clima semiárido, que apresenta um conjunto de formas típicas constituídas em metacalcários, tais como os lapiás, que se encontram expostos à superfície e compõem a paisagem das vertentes do Vale do São Romão. Com o objetivo de caracterizar as referidas feições presentes na região, o trabalho visa entender os aspectos morfológicos das feições presentes na região, além de descrevê-las e mapeá-las. A metodologia da pesquisa se baseou em quatro etapas, a pesquisa bibliográfica, trabalho de campo e mapeamento, subsidiando a compreensão e descrição da dinâmica das formas e processos da litologia em estudo. A área de estudo é parte integrante da depressão sertaneja, com a presença de um grande maciço (serra do Quincuncá), sendo comum a presença de cristas residuais, estruturadas nos metacalcários e uma morfoestrutura com forte influência de lineamentos estruturais. A gênese e evolução do carste da região ocorreu pela ação conjunta de fatores exógenos, tais como a umidade e temperatura, condições que não estão presentes nos dias atuais. Por conta das temperaturas elevadas e baixos índices de umidade ao longo do ano, a morfologia cárstica da região é reflexo de uma formação em condições climáticas pretéritas. Estas feições, possuem uma gênese particular, necessitando de climas propícios, com grande aporte de umidade, temperaturas elevadas e componentes mineralógicos ideais para dissolução/erosão, como a calcita e dolomita. As morfologias mais comuns identificadas na área, fazem parte do carste exógeno, com a presença de paredões lapiezados, lapiás em caneluras, campo de lápias e blocos exumados, mas também, o endocarste, com a presença de cavernas e condutos calcários.Item Estudo comparativo dos métodos de classificação de cavidades propostos pelas instruções normativas MMA 02/2009 e 02/2017 na relevância física e histórico-cultural aplicados em cavidades da fazenda Gogo - Mariana, MG.(2018) Castro, Paulo de Tarso Amorim; Lima, Hernani Mota de; Hilário, Carolina Casagrande; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Rudnitzki, Isaac Daniel; Travassos, Luiz Eduardo PanissetA revogação do Decreto 9.956/90 de 1° de outubro de 1990 e a publicação do Decreto 6.640/08 em 7 de novembro de 2008, vigente, gerou controversas tanto no entender dos espeleólogos quanto da indústria extrativa. As cavidades que eram alvos de preservação, deixaram de ser definidas como patrimônio cultural brasileiro e tornou-se viável sua supressão conforme seu grau de relevância, que poderia ser máximo, alto, médio ou baixo. Inicialmente não foi definida uma metodologia para a classificação do grau de relevância das cavidades, isso só aconteceu no ano seguinte, pela publicação da Instrução Normativa n° 02/2009 que estabelecia, através da presença com importância acentuada, significativa ou baixa, ou ausência de atributos ecológicos, biológicos, geológicos, hidrológicos, paleontológicos, cênicos, histórico-culturais, socioeconômicos e espeleométricos, o grau de relevância das cavidades naturais subterrâneas entre máximo, alto, médio ou baixo sob enfoques local e regional. Oito anos mais tarde, a IN n° 02/2009 foi revista e revogada pela publicação da IN n° 02/2017. O método atual para classificação do grau de relevância de cavidades ainda se baseia na importância acentuada ou significativa dos mesmos atributos, mas considera os enfoques local e regional, os atributos e grupos de atributos, através do peso e contribuição de cada um. As metodologias estabelecidas em ambas IN possuem o mesmo conteúdo, porém, se diferem em relação a forma de execução e, logicamente, os resultados encontrados na classificação do grau de relevância das cavidades também apresentam variações. Tendo em vista tais alterações, foi proposta uma comparação entre os dois métodos, a fim de avaliar o que as alterações realizadas na IN n° 02/2017 representam para a preservação das cavidades, bem como para legislação espeleológica no Brasil.Item Conservação de cavidades naturais subterrâneas enquanto patrimônio cultural brasileiro: escrutinando o posicionamento do IPHAN a partir do estudo do caso da Paleotoca situada na Serra do Gandarela/MG(2024-05-16) Oliveira, Giselle Ribeiro de; Castriota, Leonardo Barci; Krüger, Paulo Gustavo Von; Calux, Allan Silas; Gaio, DanielA conservação de cavidades naturais subterrâneas tem como objetivo a manutenção desses importantes ambientes enriquecedores da geodiversidade e da diversidade biocultural. Com objetivo de investigar se cavernas podem ser tuteladas como patrimônio cultural, a dissertação tem por objeto de investigação a política nacional brasileira de patrimônio cultural material no tocante à tutela do patrimônio espeleológico, instituída pela Portaria IPHAN 375/ 2018, a qual será analisada a partir do estudo do caso de processo de tombamento da Paleotoca situada na Serra do Gandarela /Minas Gerais. Os marcos teóricos da pesquisa são a Teoria da Conservação Baseada em Valores e a Constituição Federal de 1988. A dissertação realiza ampla revisão bibliográfica e, através de análise crítica, trata sobre a tendência internacional em reconhecer a interrelação entre natureza e cultura e aduz que pode ser conferida ampla gama de valores a bens naturais, erigindo-os a patrimônio cultural. Expõe que, em âmbito nacional, se por um lado a legislação brasileira possibilita a tutela de bens naturais como patrimônios ambiental e cultural, por outro lado, o IPHAN tem posicionamento reticente sobre seu papel na sua conservação, o que ficou explicitado pela decisão no caso em estudo. Após trazer características físicas, ecológicas e de usos sociais de cavernas, a dissertação constrói matriz complexa de valores de natureza científica e educacional, cultural (em sentido estrito) e histórica, socioeconômica e/ou ambiental atribuíveis a esses bens, motivo pelo qual defende que elas podem vir a ser consideradas patrimônio cultural natural. Por fim, escrutinada a decisão do IPHAN, explica que podem ser imputados valores à Paleotoca que lhe conferem significância e a elegem à proteção enquanto patrimônio cultural e conclui que a limitação imposta pelo IPHAN no tocante ao rol de bens espeleológicos que podem compor o patrimônio cultural nacional não é técnica nem encontra respaldo nas normas brasileiras.Item Aspectos ecológicos das relações parasita-hospedeiro em morcegos na Serra da Bodoquena, Mato Grosso do Sul, Brasil(2024-01) Souza, Carolina Barbosa de; Paiva, Fernando; Fischer, ErichA diversidade de hábitos alimentares e de vida dos morcegos favorece a ocorrência de uma grande riqueza parasitária, esses atributos funcionais os expõem a diferentes grupos parasitários e propicia aos parasitas a exploração de diferentes nichos ecológicos. Com isso, os morcegos constituem um grupo de hospedeiros com potencial para serem estudados afim de compreender as dinâmicas parasitológicas. O objetivo deste estudo foi descrever a composição e a estrutura das infracomunidades de endoparasitos em morcegos cavernícolas, com diferentes hábitos alimentares, capturados na Serra da Bodoquena, Mato Grosso do Sul. Para investigação parasitológica uma amostra de 68 morcegos, distribuídos em doze espécies, pertencentes a três famílias: Anoura caudifer, Glossophaga soricina (nectarívoras; Phyllostomidae), Carollia perspicillata, Sturnira lilium cf., Micronycteris microtis cf., Micronycteris sanborni cf., Platyrrhinus lineatus (Phyllostomidae), Phyllostomus hastatus (Phyllostomidae), Chrotopterus auritus (Phyllostomidae), Desmodus rotundus (Phyllostomidae), Peropteryx macrotis (Emballonuridae), e Natalus macrourus (Natalidae). Foram encontrados representantes com hábitos alimentares insetívoros, carnívoros, hematófagos, frugívoros, nectárivoros e onívoros. Ao total, 207 espécimes helmintos foram identificados; Rictularia sp., Capillaria sp. Seuratum sp. cf., Physaloptera sp., Litomosoides sp. Nematoda, Vampirolepis sp., Diphyllobothriidaegen. sp., Urotrema scabridum, Prosthodendrium conturbatum e Anenterotrema mesolecitha, além do hematozóario Trypanosoma sp. As prevalências dos organismos parasitas variou DE 25% a 100% entre as espécies hospedeiras, a abundância dos helmintos revelou predominância de espécies de Trematodas (70%). Pela análise de rede bipartida, a modularidade revelou cinco módulos, indicando que há associações especializadas. A modularidade, uma característica de interações especialistas, foi influenciada pela dieta do hospedeiro, corroborando com estudos anteriores. A especificidade helmíntica relacionou-se com a dieta dos morcegos, evidenciando a influência da alimentação na dinâmica parasitária. Por exemplo, Chrotopterus auritus, com hábito carnívoro, apresentou maior diversidade de conexões com diferentes grupos parasitários. Por outro lado, Desmodus rotundus, com hábito hematófago, apresentou apenas parasitismo por Trypanosoma sp. Este estudo pioneiro na região contribui para compreender os padrões de transmissão de helmintos e tripanossomatídeos ressaltando a importância dos hábitos alimentares na dinâmica parasitária. Essas informações enriquecem o conhecimento sobre parasitas de morcegos na Serra da Bodoquena, Mato Grosso do Sul, Brasil, e serão fundamentais para estudos futuros.Item Avaliação da ocorrência de Tripanossomatídeos (Protozoa: Kinetoplastea) em morcegos no Parque das Mangabeiras, Belo Horizonte, Minas Gerais(2023-08-25) Lima, Mariana Alves ; Andrade Filho, José Dilermando; Rêgo, Felipe Dutra; Roque, André Luiz Rodrigues; Avelar, Daniel Moreira; Barbosa, Carolina ValençaOs tripanossomatídeos são protozoários endoparasitas obrigatórios que atuam como agentes etiológicos de doenças em diferentes organismos. Os gêneros Leishmania e Trypanosomaencontrados em humanos são os de maior interesse em vista de dados epidemiológicos da doença de Chagas, leishmaniose cutânea e leishmaniose visceral. Em que, esta última originalmente restrita ao ambiente silvestre vem apresentando registros em áreas urbanas, tendo em vista a adaptação de hospedeiros e vetores a este novo ambiente. Apesar da fauna de morcegos de Belo Horizonte ser bastante conhecida, poucos estudos foram realizados no âmbito de saúde pública. Um recente estudo no Parque Municipal das Mangabeiras indica a presença de flebotomíneos infectados com diferentes espécies de Leishmania, reforçando o ciclo de transmissão das leishmanioses na região. Logo, o objetivo foi investigar a ocorrência de tripanossomatídeos em quirópteros coletados no Parque das Mangabeiras, município de Belo Horizonte, Minas Gerais. Foram realizadas seis campanhas de captura no ano de 2022, nos meses maio, junho, julho e dezembro utilizando redes de neblina. Foram coletadas amostras de baço, coração, fígado, pele de orelha, membrana alar e sangue para realização de testes parasitológicos (inóculo em meio de cultura) em 152 amostras e moleculares em 186 amostras em nested PCR dirigida a região V7V8 do gene 18S. Dentre 56 morcegos que compreendem 5 espécies, Artibeus lituratus foi mais abundante (50%), seguido por Sturnira lilium (21,4%) e Carollia perspicillata (10,7%). As amostras submetidas ao diagnóstico parasitológico em meio de cultura não apresentaram positividade, sendo a maioria descartada devido à ausência de crescimento de protozoários (68,4%). Dentre as 186 amostras submetidas a técnica molecular 11 (5,9%) apresentaram resultado positivo para a presença de tripanossomatídeos, sendo 6 (54,5%) identificados como Leishmania infantum nas seguintes espécies de morcegos: A. lituratus, C. perspicillata, Glossophaga soricina e Platyrrhinus lineatus); três (27,3 %) para Trypanosoma sp. Neobat 3 (A. lituratus, S. lilium); um (9,1%) para Le. braziliensis (P. lineatus); e um (9,1%) para Trypanosoma sp Neobat 4 (A. caudifer). A presente pesquisa revela resultados significativos sobre a fauna de quirópteros e sua infecção por tripanossomatídeos em um parque urbano, fornecendo informações valiosas para a compreensão da ecologia e epidemiologia desses animais em áreas urbanas de Belo Horizonte.Item ESTUDO COMPARATIVO DAS TAXAS DE CRESCIMENTO RECENTE DE ESPELEOTEMAS CARBONÁTICOS DE CAVERNAS PELO MÉTODO GEOCRONOLÓGICO DO Pb-210(2022) FIGOLS, ANDRÉ PONCEEspeleotemas carbonáticos contêm altas concentrações de Pb-210 em sua composição, e esse excesso pode ser empregado na determinação de suas taxas de crescimento recentes para uma escala de tempo em até 120 anos. Contudo, dados referentes a tal aplicação desse método geocronológico são escassos no Hemisfério Sul, sendo a maioria dos estudos pautada em localidades de clima temperado dos continentes norte-americano e asiático. Tal carência de dados dificulta uma comparação investigativa sobre os principais parâmetros físicos que influenciam na velocidade de precipitação do carbonato de cálcio em cavernas. Nesse contexto, o presente trabalho descreve o registro de taxas de crescimento longitudinais de espeleotemas carbonáticos amostrados em distintas regiões brasileiras: Pains (centro oeste de Minas Gerais) e Região Metropolitana de Curitiba (RMC, leste do Paraná), cujos climas são subtropical de invernos secos (Cwa) e temperado úmido (Cfb), respectivamente. Segmentos de espessura variável de oito estalactites foram submetidos à dissolução de HCl, deposição de Po-210 em discos de cobre e análise de Po-210 por espectrometria alfa para se obter os dados de concentração de atividade. Os dados de concentração de atividade de Po-210 adquiridos forneceram os valores de Pb-210 devido às condições de equilíbrio radioativo secular entre esses radionuclídeos. Embora todos os espeleotemas exibissem excesso de Pb-210 em seus segmentos sequenciais, para três dos oito amostrados não foi possível estimar a taxa de crescimento longitudinal. A média das taxas de crescimento dos espeleotemas procedentes do município de Pains (MG) é de 1,6 mm/ano, enquanto a média obtida para os outros oriundos da RMC equivale a 1,2 mm/ano. A princípio, condicionantes tanto climáticos (temperatura e umidade) como geológicos (composição química, padrão estrutural regional etc.) exercem influência na cinética de reação de dissolução e consequente precipitação do carbonato de cálcio; entretanto, futuros estudos ainda são necessários para entender a complexidade de atuação desses fatores.Item COMPARAÇÃO DE DOIS MODELOS EMPÍRICOS PARA A CLASSIFICAÇÃO DO GRAU DE SUSCETIBILIDADE A ABATIMENTO EM ÁREAS CÁRSTICAS CARBONÁTICAS NA BACIA DO RIO VIEIRA, MUNICÍPIO DE MONTES CLAROS – MG(2023-05-15) LOPES, NATÁLIA DIAS; Fonseca, Bráulio Magalhães; Parizzi, Maria Giovana; Nero, Marcelo AntônioOs processos de abatimento são eventos naturais que fazem parte da formação do relevo, dando origem a feições como dolinas e uvalas. Porém, quando se desenvolvem em áreas ocupadas, seja pela urbanização, agricultura, pecuária ou outras atividades econômicas, podem gerar danos à vida e ao patrimônio material. No Brasil, vários municípios possuem seu território sobre rochas carbonáticas e, em alguns destes, já ocorreram danos causados por processos de abatimento. Neste contexto, vê-se como importante o conhecimento e a gestão de áreas suscetíveis a abatimentos ligados ao complexo ambiente cárstico. Tentando compreender os aspectos naturais que corroboram com a ocorrência de abatimentos, este trabalho realizou uma revisão bibliográfica de forma a apresentar os históricos dos principais eventos, as áreas cársticas carbonáticas do Brasil, os tipos de inventários relacionados a mapas de avaliação de risco e suscetibilidade, além de apontar os principais temas e características naturais abordados em modelos que utilizam técnica de análise de multicritérios para elaboração de produtos que auxiliem a gestão do uso e ocupação do território cárstico frente a este processo. O conhecimento dos diversos aspectos naturais que contribuem na classificação da suscetibilidade a abatimentos para a área selecionada para o estudo de caso, foi reunido e analisado através da utilização de dois tipos de modelos empíricos que utilizam análise multicritério, o baseado no conhecimento e o modelo baseado nos dados. O primeiro modelo utiliza o conhecimento de especialistas e aplica técnicas de simulação de Monte Carlo e Lógica Fuzzy, resultando em um mapa que aponta as diferentes classes de suscetibilidade e a incerteza destas informações pixel a pixel. Já o segundo modelo foi baseado em dados, sendo elaborado através da aplicação de aprendizado de máquina. Como resultado, são apresentadas duas cartas de suscetibilidade que qualificam o potencial a processos de abatimentos naturais na bacia do Rio Vieira no município de Montes Claros. Apesar dos dois modelos utilizarem as mesmas bases de dados, houve pouca similaridade entre eles, principalmente quanto aos locais com classe de média suscetibilidade, sendo a maior concordância encontrada nas classes de baixa.Item A INFLUÊNCIA DAS DOLINAS NA VULNERABILIDADE DO AQUÍFERO URUCUIA, CHAPADÃO CENTRAL – OESTE DA BAHIA, BRASIL(2023) SILVA, GISELE BISPO DA; CHEREM, LUIS FELIPE SOARES; ZANCOPÉ, MARCIO HENRIQUE DE CAMPOS; NUNES, ELIZON DIAS; BUENO, GUILHERME TAITSON; SALGADO, ANDRÉ AUGUSTO RODRIGUESO sistema cárstico é conhecido geralmente por se desenvolver em ambientes carbonáticos. Formado pela interação entre a água acidificada e rochas solúveis, esculpe o relevo em diferentes tipos e formas pelo processo de dissolução. Estudos têm apontado o desenvolvimento de sistema cárstico em rochas siliciclásticas, como em arenitos por exemplo e, diferentemente dos carbonatos, nessas rochas o principal processo de formação do carste é o piping. Dentre as morfologias desenvolvidas pelo carste, seja em carbonatos ou não, as dolinas são as principais feições superficiais, conhecidas também como depressões fechadas, cujo tamanho varia de alguns metros a centenas de metros de profundidade e diâmetro. Devido a essa diferença de tamanhos e formas, identificá-las no meio de paisagens distintas ou em áreas muito extensas torna-se às vezes difícil. As dolinas são feições frágeis e fazem conexão entre a superfície e o subterrâneo. Em razão disso, podem atuar diretamente como potenciais contaminadoras das águas subterrâneas. Por motivo de haver evidências de dolinas desenvolvidas em arenitos no Chapadão Central – Oeste da Bahia, a área ser diretamente afetada pelas atividades agrícolas e estar sob domínio do Sistema Aquífero Urucuia (SAU), a pesquisa teve como objetivo identificar e validar essas feições por meio de técnica de mapeamento utilizando Modelo Digital de Elevação (MDE), com dados de SRTM – 30m e, por análise morfométrica e relacioná-las com o potencial de contaminação do aquífero por meio da avaliação de vulnerabilidade intrínseca aplicada pelo método COP. A metodologia que utilizou o MDE para identificação de dolinas apresentou bons resultados para o Chapadão. A base de dados foi ajustada para evitar possíveis erros, permitindo assim a extração de informações de 109 dolinas com precisão. Trata-se de uma metodologia de baixo custo e pode ser aplicada em áreas de grande extensão territorial. O método COP também apresentou resultados satisfatórios para o Chapadão, mostrando que a área apresenta as 5 classes de vulnerabilidade (Muito Alta, Alta, Moderada, Baixa e Muito Baixa). As classes mais vulneráveis, consideradas como muito alta e alta, estão distribuídas espacialmente na porção ocidental do Chapadão, correspondendo diretamente com a presença das dolinas. Isso indica que o uso e ocupação das terras do Chapadão sem uma gestão ambiental adequada, pode impactar superficialmente as dolinas e acarretar uma contaminação do aquífero Urucuia.